segunda-feira, 27 de maio de 2013

30 de Maio - Corpus Christi

 Homens que trabalham para ser a Deus Sagrado Coração de Jesus - Itaboraí - RJ


No Brasil celebraremos Corpus Christi na Quinta-Feira que vem e, no domingo, teremos o 9º Domingo do Tempo Comum.
Excelente leitura para o "feriadão" que vem aí. Não deixem de aproveitar pois, como disse o Papa João Paulo II:
« No seu Corpo e no seu Sangue manifesta-se o rosto invisível de Cristo, Filho de Deus, na modalidade mais simples e ao mesmo tempo mais nobre possível neste mundo. Aos homens de todos os tempos que, perplexos, pedem:  "Queremos ver Jesus" (Jo 12, 21), a Comunidade eclesial responde repetindo o gesto que o próprio Senhor realizou para os discípulos de Emaús:  parte o pão. Então, ao partir o pão, abrem-se os olhos de quem o procura com coração sincero. Na Eucaristia o olhar do coração reconhece Jesus e o seu inconfundível amor que se dá "até ao fim" (Jo 13, 1). E nEle, naquele seu gesto, reconhece o Rosto de Deus!»
João Paulo II. Homilia de 14 de junho de 2001

Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. Ciclo C
« Comeram todos e se saciaram »

Gen 14, 18-20: “Melquisedec ofereceu pão e vinho”

« Melquisedec, rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, mandou trazer pão e vinho, e abençoou Abrão, dizendo: “Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, que criou o céu e terra! Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos em tuas mãos!” E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.»

Sl 109, 1.2.3.4: “Tu és sacerdote eternamente, Senhor Jesus”.

Eis o oráculo do Senhor que se dirige a meu Senhor:
«Assenta-te à minha direita,
até que eu faça de teus inimigos
o escabelo de teus pés».

O Senhor estenderá desde Sião
teu cetro poderoso:
Dominarás, disse ele, até no meio de teus inimigos.

«No dia de teu nascimento,
já possuis a realeza no esplendor da santidade;
semelhante ao orvalho,
eu te gerei antes da aurora».

O Senhor jurou e não se arrependerá:
«Tu és sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedec».

1 Cor 11,23-26: “Isto é o meu corpo, que é entregue por vós... Este cálice é a Nova Aliança no meu Sangue”

Irmãos,
Eu recebi do Senhor o que vos transmiti:
Que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão  e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse:
─ «Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim».  
Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo:
─ «Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que o beberdes, fazei-o em memória de mim».
 Assim, todas as vezes que comeis desse pão e bebeis desse cálice lembrais a morte do Senhor, até que venha.

Lc 9, 11b-17: “Comeram todos até saciar-se, e sobraram doze cestos”

Naquele tempo Jesus recebeu-os e falava-lhes do Reino de Deus. Restabelecia também a saúde dos doentes.
Ora, o dia começava a declinar e os Doze foram dizer-lhe:
─ «Despede a multidão, para que o povo vá pelas aldeias e vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto»..
 Jesus replicou-lhes:
─ «Dai-lhes vós mesmos de comer».
Retrucaram eles:
─ «Não temos mais do que cinco pães e dois peixes, a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo».
Pois eram quase cinco mil homens.
Jesus disse aos discípulos:
─ «Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinquenta».
 Assim o fizeram e todos se assentaram.
Então Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo. E todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.

ESTUDO DO CENTRO PASTORAL JESUS MARIA

& Pautas para a reflexão pessoal  

z O nexo entre as leituras

Neste domingo[1] celebramos a Solenidade do Corpo e Sangue do Senhor. Na leitura do Evangelho, São Lucas descreve a multiplicação dos pães de um modo que deixa transparecer um milagre maior: a Santa Eucaristia. A leitura do Antigo Testamento (Primeira Leitura) mostra a misteriosa figura do rei-sacerdote Melquisedec[2] que oferece a Abraão pão e vinho como símbolo de hospitalidade, de generosidade e de amizade. A Segunda Leitura contém um valioso testemunho já que é o relato mais antigo sobre a instituição da Eucaristia.

IQuando começou a festa de Corpus Christi?

A origem desta Solenidade, que se celebra na quinta-feira ou no domingo posterior à festa da Santíssima Trindade, remonta à devoção ao Santíssimo Sacramento, iniciada no século XII na qual se ressaltava de maneira particular a presença real do «Cristo total» no pão consagrado. Este movimento estava também vinculado ao desejo, próprio da época, de «ver» as espécies eucarísticas. Isto levou, entre outras coisas, a começar a elevar a hóstia e o cálice depois da consagração. Esta prática começou na cidade de Paris ao redor do ano 1200.  

Em meio a este ambiente, uma série de visões de uma religiosa cisterciense, Santa Juliana (prioresa da abadia de Mont Cornillón que ficava nos subúrbios de Liège, na Bélgica), no ano de 1209, deu um forte estímulo à introdução de uma festa especial dedicada ao Sacramento da Eucaristia. Juliana teria tido a visão de um disco lunar no qual havia uma parte negra. Isso foi interpretado como a falta de uma festa eucarística no ciclo litúrgico. Por sua intercessão e a de seus conselheiros espirituais, o bispo de Liège, Roberto de Thorete, introduziu esta festa pela primeira vez em sua diocese, em 1246.

Em 1264, o Papa Urbano IV (Jacques Pantaleón), que na época das visões era arquidiácono[3] de Liège, estabeleceu a solenidade para a Igreja universal. Os textos litúrgicos foram redigidos por Santo Tomás de Aquino. Entretanto a causa imediata que determinou a Urbano IV estabelecer oficialmente esta festa foi um fato extraordinário ocorrido em 1263 em Bolsena, perto de Orvieto (Itália), onde se encontrava ocasionalmente o Santo Padre. Um sacerdote que celebrava a Santa Missa teve dúvidas de que a Consagração fosse algo real. No momento de partir a Sagrada Forma, viu sair dela sangue, que foi empapando, em seguida, o corporal[4]. A venerada relíquia foi levada em procissão a Orvieto, no dia 19 junho de 1264. Hoje conserva-se esse corporal em Orvieto, e também se pode ver, em Bolsena, a pedra do altar manchada de sangue.

J « Dai-lhes vós mesmos de comer....»

Escolheu-se para esta solenidade o Evangelho da multiplicação dos pães por sua relação com o mistério do Corpo e do Sangue de Cristo. Com efeito, o Corpo e o Sangue de Cristo nos são dados como alimento, alimento de vida eterna, para nutrir a vida divina para a qual nascemos no Batismo. Assim como Jesus nutriu à multidão no deserto, assim nos nutre com o pão de vida eterna. O fato evoca fortemente esse outro momento da história, que estava sempre vivo na memória do povo, em que Deus, depois do êxodo, «no deserto»[5], nutriu seu povo com o pão do céu. Esse pão do deserto era pão milagroso, mas material; este pão da Eucaristia é pão milagroso, mas celestial. Observemos o episódio evangélico mais de perto.

Uma multidão de cinco mil homens «sem contar mulheres e crianças» seguia Jesus (ver Mt 14,21). Ele « recebeu-os e falava-lhes do Reino de Deus. Restabelecia também a saúde dos doentes. ». Mas começou a declinar o dia. Os Doze aproximaram-se para lhe dizer que despedisse de uma vez as pessoas para que fossem « pelas aldeias e vizinhança e procurem alimento e hospedagem, porque aqui estamos num lugar deserto». A sugestão dos Doze é mais do que sensata, pois para qualquer um era óbvio que ali não havia alimento para toda essa multidão. Jesus lhes diz com toda naturalidade: «Dai-lhes vós mesmos de comer». Como?! Diz isso a sério? Acaso não se dá conta da situação? Nada indica que Jesus esteja «brincando». Por outro lado, é impossível que ele não capte a situação. A única alternativa que resta é a de que fale sério e com perfeita consciência do que está dizendo: Os apóstolos têm que dar de comer eles mesmos aos cinco mil! Isso é exatamente o que pediu o Mestre.

Eles, porém, ao ouvir o mandato de Jesus, ficam com a ideia de que Ele não captou a situação e tentam fazê-lO compreender: «Não temos mais do que cinco pães e dois peixes». Não é suficiente! E põem uma alternativa impossível para demonstrar como era absurda a ordem de Jesus: «a menos que nós mesmos vamos e compremos mantimentos para todo este povo».

Quanto seria necessitado para alimentar não menos do que oito mil pessoas? Jesus, então, dá esta outra ordem aos seus discípulos:  «Mandai-os sentar, divididos em grupos de cinquenta». Esta ordem não lhes parece absurda e obedeceram-na, embora certamente continuassem perguntando-se: O que será que Ele vai fazer? O relato segue: «Jesus tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os a seus discípulos, para que os servissem ao povo». E não coube a cada um apenas um pedacinho minúsculo de pão, como se Jesus tivesse partido cada pão em mil pedaços. Não, o resultado é este: « todos comeram e ficaram fartos. Do que sobrou recolheram ainda doze cestos de pedaços.».

Jesus fez um milagre admirável que é figura da Eucaristia. Mas fica rondando na mente a pergunta: por que disse aos apóstolos: «Dai-lhes vós mesmos de comer»? É porque Ele tinha decidido que o milagre fosse feito pelas mãos de seus apóstolos. Se eles tivessem obedecido a seu mandato e tivessem começado a partir os cinco pães, o milagre da multiplicação teria sido feito por eles. Isto é o que Jesus tinha disposto. Quando, mais tarde, na Última Ceia, na véspera de sua paixão, Jesus lhes dá esta outra ordem: «fazei isto em memória de mim» (Lc 22,19), eles O obedeceram e obtiveram o resultado magnífico de tornar presente o próprio Cristo. Isto é o que cada sacerdote renova na Eucaristia e é o que a Igreja celebra neste dia.

K Para uma celebração mais autêntica e digna

São Paulo procura corrigir os abusos do ágape[6] que precedia à Eucaristia da comunidade de Corinto, e isso foi o que motivou o tema eucarístico de sua carta. Recordemos que Corinto era a capital da província romana de Acaia, situada no istmo de Corinto e com portos tanto no golfo de Corinto como no de Salônica[7]. Foi um importante centro comercial e cultural. Também era famosa pela imoralidade que ali reinava. Paulo reside na cidade ao redor de 18 meses pelos anos 50 e 52 fundando assim uma comunidade nessa cidade. Depois de deixar a cidade, fica sabendo de alguns problemas que busca esclarecer em sua carta. Os capítulos de 11 a 14 assentam os princípios para celebrar devidamente o culto divino na Igreja, especialmente por ocasião da Ceia do Senhor. A carta oferece uma imagem clara de como os primeiros cristãos se reuniam nas reuniões. 

K Mas... o que significa transubstanciação?

Mantendo firme a fé de que a Eucaristia é Cristo mesmo, a teologia tem a tarefa de explicar como é que a vista, o tato, o gosto e o olfato nos informam que é pão e vinho. A única explicação satisfatória que até agora se deu é expressa com a palavra «transubstanciação». Quando o sacerdote diz: «Isto é meu Corpo», a substância do pão se converte na substância do Corpo de Cristo. E ao dizer: «Este é o cálice de meu Sangue», a substância do vinho se converte na substância do Sangue de Cristo. Mas os acidentes do pão e o vinho cor, tamanho, textura, sabor, aroma, etc. permanecem, e são eles que são captados pelos nossos sentidos, exceto pelo ouvido, que é o único que nos informa a verdade. A substância de uma coisa é o que a coisa é; mas não se chega a ela senão através de seus acidentes que informam os nossos sentidos. É assim como ficamos sabendo que isto é pão e não outra coisa. No caso da Eucaristia, a substância do pão se converte na substância do Corpo de Cristo, mas os acidentes do pão permanecem. Os acidentes do pão permanecem sem nenhuma substância que os sustente; sustenta-os o poder divino. Este é o milagre da Eucaristia. Com sua costumeira precisão, referindo-se à Eucaristia, Santo Tomás diz: «A vista, o tato, o gosto falham com relação a Vós. Mas, somente em vos ouvir em tudo creio. » (Hino “Adoro te devote”). O mesmo Santo exclama: « Coisa para admirar realmente, que os escravos e os pobres comam a carne do seu Senhor. » (Hino “Panis angelicus”).

+ Uma palavra do Santo Padre:

« No seu Corpo e no seu Sangue manifesta-se o rosto invisível de Cristo, Filho de Deus, na modalidade mais simples e ao mesmo tempo mais nobre possível neste mundo. Aos homens de todos os tempos que, perplexos, pedem:  "Queremos ver Jesus" (Jo 12, 21), a Comunidade eclesial responde repetindo o gesto que o próprio Senhor realizou para os discípulos de Emaús:  parte o pão. Então, ao partir o pão, abrem-se os olhos de quem o procura com coração sincero. Na Eucaristia o olhar do coração reconhece Jesus e o seu inconfundível amor que se dá "até ao fim" (Jo 13, 1). E nEle, naquele seu gesto, reconhece o Rosto de Deus!».
João Paulo II. Homilia de 14 de junho de 2001

'  Vivamos nosso domingo ao longo da semana

1. O Corpo e o Sangue de Cristo são a presença real e substancial do próprio Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem. Se alguém pudesse estimar o valor de Deus coisa, certamente, impossível , poderia estimar o valor do mistério que celebramos hoje. É, então, inexplicável a indiferença e a frieza com que muitos católicos tratam este mistério. É explicável só por ignorância ou, o que é pior, pela indiferença e frieza que têm para com Deus mesmo. Como me aproximo do mistério de Deus-Homem que se dá como alimento a cada um de nós?

2. Fomento em família o hábito de ir a missa aos domingos, procurando viver de verdade o «dia do Senhor»?

3. Leiamos no Catecismo da Igreja Católica os números 1373 - 1380.

A PRESENÇA DE CRISTO PELO PODER DE SUA PALAVRA E DO ESPÍRITO SANTO

373     “Cristo Jesus, aquele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, aquele que está à direita de Deus e que intercede por nós” (Rm 8,34), está presente de múltiplas maneiras em sua Igreja): em sua Palavra, na oração de sua Igreja, “lá onde dois ou três estão reunidos em meu nome” (Mt 18,20), nos pobres, nos doentes, nos presos, em seus sacramentos, dos quais ele é o autor, no sacrifício da missa e na pessoa do ministro. Mas “sobretudo (está presente) sob as espécies eucarísticas”.

1374     O modo de presença de Cristo sob as espécies eucarísticas é único. Ele eleva a Eucaristia acima de todos os sacramentos e faz com que ela seja “como que o coroamento da vida espiritual e o fim ao qual tendem todos os sacramentos”. No santíssimo sacramento da Eucaristia estão “contidos verdadeiramente, realmente e substancialmente o Corpo e o Sangue juntamente com a alma e a divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo e, por conseguinte, o Cristo todo” . “Esta presença chama-se 'real' não por exclusão, como se as outras não fossem 'reais', mas por antonomásia[8], porque é substancial e porque por ela Cristo, Deus e homem, se toma presente completo.”

1375     É pela conversão do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo que este se torna presente em tal sacramento. Os Padres da Igreja afirmaram com firmeza a fé da Igreja na eficácia da Palavra de Cristo e da ação do Espírito Santo para operar esta conversão. Assim, São João Crisóstomo declara:
Não é o homem que faz com que as coisas oferecidas se tomem Corpo e Sangue de Cristo, mas o próprio Cristo, que foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia essas palavras, mas sua eficácia e a graça são de Deus. Isto é o meu Corpo, diz ele. Estas palavras transformam as coisas oferecidas.
E Santo Ambrósio afirma acerca desta conversão:
Estejamos bem persuadidos de que isto não é o que a natureza formou, mas o que a bênção consagrou, e que a força da bênção supera a da natureza, pois pela bênção a própria natureza é mudada. Por acaso a palavra de Cristo, que conseguiu fazer do nada o que não existia, não poderia mudar as coisas existentes naquilo que ainda não eram? Pois não é menos dar às coisas a sua natureza primeira do que mudar a natureza delas.

1376     O Concílio de Trento resume a fé católica ao declarar “Por ter Cristo, nosso Redentor, dito que aquilo que oferecia sob a espécie do pão era verdadeiramente seu Corpo, sempre se teve na Igreja esta convicção, que O santo Concílio declara novamente: pela consagração do pão e do vinho opera-se a mudança de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo Nosso Senhor e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue; esta mudança, a Igreja católica denominou-a com acerto e exatidão transubstanciação”.

1377     A presença eucarística de Cristo começa no momento da consagração e dura também enquanto subsistirem as espécies eucarísticas. Cristo está presente inteiro em cada uma das espécies e inteiro em cada uma das partes delas, de maneira que a fração do pão não divide o Cristo.

1378     O culto da Eucaristia. Na liturgia da missa, exprimimos nossa fé na presença real de Cristo sob as espécies do pão e do vinho, entre outras coisas, dobrando os joelhos, ou inclinando-nos profundamente em sinal de adoração do Senhor. “A Igreja católica professou e professa este culto de adoração que é devido ao sacramento da Eucaristia não somente durante a Missa, mas também fora da celebração dela, conservando com o máximo cuidado as hóstias consagradas, expondo-as aos fiéis para que as venerem com solenidade, levando-as em procissão.

1379     A santa reserva (tabernáculo) era primeiro destinada a guardar dignamente a Eucaristia para que pudesse ser levada, fora da missa, aos doentes e aos ausentes. Pelo aprofundamento da fé na presença real de Cristo em sua Eucaristia, a Igreja tomou consciência do sentido da adoração silenciosa do Senhor presente sob as espécies eucarísticas. É por isso que o tabernáculo deve ser colocado em um local particularmente digno da igreja; deve ser construído de tal forma que sublinhe e manifeste a verdade da presença real de Cristo no santo sacramento.

1380     É altamente conveniente que Cristo tenha querido ficar presente à sua Igreja desta maneira singular. Visto que estava para deixar os seus em sua forma visível, Cristo quis dar-nos sua presença sacramental; já que ia oferecer-se na cruz para nos salvar, queria que tivéssemos o memorial do amor com o qual nos amou “até o fim” (Jo 13,1), até o dom de sua vida. Com efeito, em sua presença eucarística Ele permanece misteriosamente no meio de nós como aquele que nos amou e que se entregou por nós, e o faz sob os sinais que exprimem e comunicam este amor:
A Igreja e o mundo precisam muito do culto eucarístico. Jesus nos espera neste sacramento do amor. Não regateemos o tempo para ir encontrá-lo na adoração, na contemplação cheia de fé e aberta a reparar as faltas graves e os delitos do mundo. Que a nossa adoração nunca cesse!

ESTUDO DO SITE DUC IN ALTUM
 
II. COMENTÁRIOS

Há sete séculos a quinta-feira seguinte à festa da Santíssima Trindade foi dedicada a uma especial veneração da Santíssima Eucaristia. É o dia em que se celebra a festa de Corpus Christi, a festa do Corpo e Sangue de Cristo. Celebra-se na quinta-feira, por ser este o dia em que o Senhor instituiu a Santa Eucaristia na noite da Última Ceia. Mas, por razões pastorais, esta festa em alguns lugares é translada para o Domingo seguinte (como ocorre no Peru).

O dia em que celebramos a festa de Corpus Christi , o Senhor realmente Presente no pão e vinho consagrados, não fica confinado em nossas Igrejas, « mas também caminhamos com o olhar fixo na Hóstia eucarística, todos juntos na procissão, que é símbolo da nossa peregrinação com Cristo na vida terrena. Caminhamos pelas praças e pelas ruas das nossas cidades — por estas nossas ruas pelas quais se desenrola normalmente a nossa peregrinação. Lá aonde — vivendo, trabalhando e apresentando-nos — nós O levamos no escondimento dos nossos corações, lá mesmo queremos levá-lO em procissão e mostrá-lo a todos, para que saibam que, graças ao Corpo do Senhor, todos têm ou podem ter em si a vida (cfr. Jo. 6, 53).» (S.S. João Paulo II, Homilia na festa de Corpus Christi, 8/6/1980)

A multiplicação milagrosa dos pães (Evangelho) é uma prefiguração de outro Milagre muitíssimo mais assombroso: anuncia o dom salvífico da Eucaristia, inaudito Milagre do Amor divino pelo qual o pão e o vinho que o Sacerdote consagra na Santa Missa se transformam verdadeiramente no Corpo e no Sangue de Cristo, fazendo o Senhor Jesus realmente presente em meio à assembleia e oferecendo-se ao peregrino na fé como comida e bebida para a vida eterna. Deste modo inaudito[9] o Senhor mesmo se constitui, para quem O come devidamente preparado (Ver 1Cor 11,29), garantia de ressurreição: «Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão, que eu hei de dar, é a minha carne para a salvação do mundo» (Jo 6,51).

A expressão corpo e sangue é um semitismo[10] que quer dizer o mesmo que a totalidade da pessoa. Portanto, nas espécies eucarísticas, o Senhor Jesus está totalmente presente, inteiro, em cada uma das espécies e em cada parte delas.

Este Milagre de amor foi realizado pelo Senhor pela primeira vez na noite da Última Ceia, antes de oferecer seu Corpo e Sangue no Altar da Cruz reconciliadora. São Paulo faz um breve relato da instituição deste Sacramento em sua carta aos coríntios (2ª. leitura): « o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão e, depois de ter dado graças, partiu-o e disse: “Isto é o meu corpo, que é entregue por vós; fazei isto em memória de mim”. Do mesmo modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue”».

Não faltam na antiga Aliança prefigurações significativas da Eucaristia, dentre as quais é muito eloquente a que se refere ao sacerdócio de Melquisedec, cuja misteriosa figura e sacerdócio singular evoca a primeira leitura. «Melquisedec, “sacerdote do Altíssimo”, é considerado pela Tradição cristã como uma prefiguração do sacerdócio de Cristo, único “Sumo Sacerdote segundo a ordem de Melquisedec” (Hb 5, 10; 6, 20), “santo, inocente, imaculado” (Hb 7, 26), pois, “por uma só oblação ele realizou a perfeição definitiva daqueles que recebem a santificação.” (Hb 10, 14), quer dizer, mediante o único sacrifício de sua Cruz.» (Catecismo da Igreja Católica,1544) Como esta, «todas as prefigurações do sacerdócio da Antiga Aliança encontram seu cumprimento em Cristo Jesus, “único mediador entre Deus e os homens” (1 Tm 2, 5)» (Ali mesmo).

E como já dissemos, o milagre da multiplicação dos pães encontra seu cumprimento no Sacrifício, único e realizado uma vez por todas, que o Senhor Jesus, sumo e eterno Sacerdote, ofereceu no Altar da Cruz para a reconciliação do homem com Deus (Ver 2Cor 5,19). Desta reconciliação fundamental procede também a reconciliação do homem consigo mesmo, com os outros irmãos humanos e com a criação inteira. Aquele sacrifício cruento oferecido por Cristo no Altar da Cruz «se faz presente no sacrifício eucarístico da Igreja» (Catecismo da Igreja Católica, 1545). Desde a noite da Última Ceia a celebração de cada Eucaristia obedece ao desejo e mandato do Senhor: «Fazei isto em memória de mim.» (Lc 22,19).

Além do milagre da multiplicação dos pães, o discurso de Cristo na sinagoga de Cafarnaum (Ver Jo 6, 51 e seguintes) representa o cume das profecias do antigo Testamento e, ao mesmo tempo, anuncia seu cumprimento, que se realizará na Última Ceia. Naquela ocasião as palavras do Senhor constituíram uma dura prova de fé para quem as escutou, e inclusive para os Apóstolos, pois era muito duro para eles acreditar naquilo: «Como pode este homem dar-nos de comer a sua carne?» (Jo 6,52).

III. LUZES PARA A VIDA CRISTÃ

Ensaiemos um questionamento que os que não acreditam na presença de Cristo na Eucaristia poderiam lançar aos católicos de hoje: «se vocês afirmam e sustentam que esse pão consagrado que vocês adoram é Cristo, Deus que há dois mil anos se encarnou em uma Virgem, nasceu de parto virginal, anunciou a salvação a todos os homens e por amor se deixou cravar como um malfeitor em uma Cruz; se sustentam e afirmam que Ele ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus para sentar-se à direita do Pai, e que o que agora adoram é esse mesmo Deus-feito-homem que morreu e ressuscitou, em seu Corpo e em seu Sangue, então por que sua vida reflete tão insuficientemente isso que dizem acreditar? Quantos de vocês vivem como nós? Embora vão à Missa aos Domingos e comunguem quando e quantas vezes podem, mesmo sem se confessar, na vida cotidiana esquecem seu Deus e se aferram aos nossos ídolos do dinheiro e riquezas, dos prazeres e vaidades, do poder e domínio, impacientam-se com tanta facilidade e maltratam seus semelhantes, deixam-se levar por ódios e se negam a perdoar a quem os ofende, opõem-se aos ensinamentos da Igreja que lhes são incômodos, inclusive tornam a vida de seus filhos impossível quando — questionando a sua mediocridade com a generosidade deles — querem seguir ao Senhor com “muito fanatismo”... Vivem assim e afirmam que Deus está na Hóstia? Por que acreditar no que afirmam, se com sua conduta negam o que ensinam com seus lábios? Bem se poderia dizer para vocês o que Deus falou em reprovação a Israel, por meio de seu profeta Isaías: “Este povo somente me honra com os lábios; seu coração, porém, está longe de mim. Vão é o culto que me prestam” (Mt 15,8-9)».

Este duro questionamento é também um convite a me perguntar a mim mesmo: Deixo que o encontro com o Senhor, verdadeiramente presente na Eucaristia, toque e transforme minha existência? Nutrido do Senhor, de seu amor e de sua graça, procuro fazer com que minha vida inteira, pensamentos, sentimentos e atitudes, seja um reflexo fiel da Presença de Cristo em mim? Encontro em cada Comunhão ou visita ao Senhor no Santíssimo Sacramento um impulso para refletir o Senhor Jesus com uma conduta virtuosa, para viver mais a caridade, para rechaçar com mais firmeza e radicalidade o mal e a tentação, para anunciar ao Senhor e seu Evangelho?

Se de verdade creio que o Senhor está presente na Eucaristia e que se dá a mim em seu próprio Corpo e Sangue para ser meu alimento, posso depois de comungar continuar sendo o mesmo, a mesma? Não tenho que mudar, e fortalecido por sua presença em mim, procurar me assemelhar mais a Ele em toda a minha conduta? O autêntico encontro com o Senhor necessariamente produz uma mudança, uma transformação interior, um crescimento no amor, leva a nos assemelharmos cada vez mais a Ele em todos os nossos pensamentos, sentimentos e atitudes. Se isso não acontecer, minha Comunhão mais que um verdadeiro Encontro com Cristo, é uma mentira, uma brincadeira, um desprezo Àquele que novamente se entrega totalmente para mim no sacramento da Comunhão.

Experimento essa forte necessidade e impulso da graça que me convida a refletir o Senhor Jesus com toda a minha conduta cada vez que o recebo na Comunhão, cada vez que me encontro com Ele e o adoro no Santíssimo Sacramento? Se reconheço o Senhor realmente presente na Eucaristia, devo refletir em minha conduta diária o Senhor a quem adoro, a quem recebo, a quem levo dentro. Só assim muitos mais acreditarão neste Milagre de Amor que o Senhor nos deu de presente.

Conscientes de que é o próprio Senhor Jesus que está ali no Tabernáculo, por nós, não deixemos de sair ao encontro, renovadamente maravilhados, do doce Jesus que nos espera no Santíssimo. As visitas ao Santíssimo são uma singular ocasião de estar junto ao Senhor Jesus, realmente presente no Sacrário, deixando-nos ver e abrindo os olhos do coração a Ele, escutando-O no sussurro silencioso de seu falar e fazendo-O saber quanto vivemos, e necessitamos, e agradecemos.

IV. PADRES DA IGREJA

São João Crisóstomo: «Dá-Se à multidão por meio de seus discípulos, honrando-os assim, para que não esqueçam o milagre que se verificou. Não fez aqueles mantimentos do nada para dar de comer à multidão, a fim de fechar a boca do maniqueu[11], o qual diz que toda criatura é alheia a Ele. E também para demonstrar que Ele, que dá de comer, é o mesmo que disse: “Produza a terra” (Gn 1,11). Multiplica também os peixes, para dar a entender que seu domínio não só se estende à terra, mas também aos mares. Já tinha feito milagres em benefício dos doentes, agora os faz em benefício dos que não estão doentes, mas que necessitam alimento.»

São Gregório Niceno: «O Senhor saciava a grande necessidade daqueles para quem nem o céu chovia maná, nem a terra, segundo sua natureza naquele lugar, produzia o que comer. Mas o benefício afluía dos celeiros inesgotáveis do poder divino. O pão se prepara e se faz nas mãos dos ministros, e além disso se multiplica, saciando a fome dos que o comem. Tampouco o mar administrava a necessidade de alimento deles com seus peixes, mas sim Aquele que pôs os peixes no mar.»

Santo Ambrósio: «Embora esta multidão não seja alimentada ainda com os manjares mais nutritivos. Porque o primeiro alimento, como o leite, são cinco pães; o segundo sete; o terceiro o Corpo de Cristo, que é o alimento mais sólido. Se alguém se envergonhar de pedir pão, que deixe todas as suas coisas e vá à palavra de Deus. Pois quando alguém começa a ouvir a palavra de Deus, começa a ter fome. Começam os apóstolos, vendo do quê têm fome. E se aqueles que têm fome ainda não entendem do quê a têm, Cristo sabe: sabe que não têm fome de alimento temporal, mas sim do alimento de Cristo. Os apóstolos ainda não tinham compreendido que o alimento do povo fiel não era venal[12]; mas Cristo sabia que nós seríamos redimidos e que seus banquetes seriam gratuitos.»

São Jerônimo: «Sem dúvida, o texto: “Quem come meu Corpo e bebe meu Sangue” (Jo 6,56) encontra sua total aplicação no Mistério Eucarístico... Quando vamos aos sagrados Mistérios, se cai uma partícula, inquietamo-nos... A Carne do Senhor é verdadeiro manjar e seu Sangue verdadeira bebida. Nosso único bem consiste em comer seu Corpo e beber seu Sangue.»

São João Crisóstomo: «Não é o homem que faz com que as coisas oferecidas se convertam em Corpo e Sangue de Cristo, mas Cristo mesmo que foi crucificado por nós. O sacerdote, figura de Cristo, pronuncia estas palavras, mas sua eficácia e sua graça provêm de Deus. “Isto é meu Corpo”, diz. Esta palavra transforma as coisas oferecidas.»

V. CATECISMO DA IGREJA

A presença real de Cristo na Eucaristia

1373 - 1380:  Vide acima

1381: “A presença do verdadeiro Corpo de Cristo e do verdadeiro Sangue de Cristo neste sacramento 'não se pode descobrir pelos sentidos, diz Santo Tomás, mas só com fé, baseada na autoridade de Deus'. Por isso, comentando o texto de São Lucas 22,19 (“Isto é o meu Corpo que será entregue por vós”), São Cirilo declara: 'Não perguntes se é ou não verdade; aceita com fé as palavras do Senhor, porque ele, que é a verdade, não mente” ».

VI. PALAVRAS DE LUIS FERNANDO (conforme textos publicados)

«O magno[13] dom da Eucaristia é um tesouro para a Igreja e para o mundo. Quando se reflete sobre tal dom de Deus surge uma multidão de pensamentos e um contínuo maravilhar-se. O crente tem a consciência de que o Sacrifício do Gólgota e o Santo Sacramento que se celebra na Missa são um e o mesmo. Como não cair em uma experiência de assombro, gratidão e louvor? Na Missa se perpetua sacramentalmente o Sacrifício da Cruz! Nela se manifesta o imenso amor de Deus pelo ser humano. Ao fazer-se verdadeira, real e substancialmente presente, o Senhor Jesus mostra o amor reconciliador e põe diante de nós como a existência humana adquire pleno sentido nEle. O mistério humano se esclarece na magnitude da Eucaristia, que é como que uma continuação e extensão da Encarnação.

»Ver com os olhos da fé a presença real de Jesus é reviver a experiência dos discípulos de Emaús, é reconhecer o Salvador e perceber que o coração arde de gozo em sua presença. As perguntas fundamentais do ser humano adquirem uma resposta inimaginável. Em uma América Latina crucificada pelo secularismo, pela injustiça, pelo abuso contra os direitos humanos, pelo consumismo, pela violência, a Eucaristia é uma experiência do amor de Deus que se faz solidário com sua criatura e lhe abre o horizonte do amor, da libertação, da plena reconciliação.

»Na Eucaristia Deus sai ao encontro do ser humano e o que aconteceu na história há dois mil anos se prolonga em nosso tempo. É o Emmanuel! Por isso São João Crisóstomo comentando este nome diz que é como se dissesse: "Verão Deus entre os homens". E assim o vêem os homens e mulheres da América Latina. Com os olhos da fé, os povos marcados pela Evangelização constituinte[14] acreditam firmemente que o Verbo Eterno que se encarnou na Virgem Imaculada, que morreu na Cruz e Ressuscitou vencedor da morte se faz realmente presente no Altar para nosso bem, e fica no Tabernáculo dando luz e calor à existência humana.»



[1] No Peru a Solenidade de Corpus Christi é celebrada no domingo, salvo nas cidades de Cajamarca e Cuzco.
[2] Melquisedec (do hebreu: Sedec é meu rei): rei e sacerdote do Deus Altíssimo em Salém (provavelmente a que será a cidade de Jerusalém), que saiu ao encontro de Abraão e o abençoou depois de uma batalha com Codorlaomor e outros reis. Melquisedec sai para receber o Patriarca com pão e vinho, não ficando claro quem dá o dízimo a quem. Anos depois lemos no Salmo 110,4 uma referência ao sacerdócio do messias como sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedec, recordando assim que Davi tinha conquistado Jerusalém (1.000 a.C.) e, portanto, herdado a dinastia de reis-sacerdotes iniciada por Melquisedec. Na carta aos Hebreus se diz que Jesus é o Sumo Sacerdote «para sempre segundo o rito de Melquisedec». Como Melquisedec, Jesus é Rei de toda a Criação e Sacerdote porque ofereceu o sacrifício de sua própria vida.   
[3] Arquidiácono (arquidiacon) - É o líder dos diáconos na Igreja, merece respeito e normalmente deve ser uma pessoa profundamente culta, ponderada, paciente e principalmente humilde. Ensina os diáconos mais novos, divide e coordena distribuindo as funções ou atividades entre os diáconos.
[4] Corporal - Pano branco, quadrado, com aproximadamente 50 cm de lado, que no momento da apresentação das ofertas é colocado no centro do altar, sobre a toalha. Na hora da preparação das ofertas, o sacerdote abre o pano, que estava dobrado, e sobre ele coloca o cálice, a âmbula e a paterna. Chama-se corporal porque sobre ele será colocado o corpo de Cristo nas espécies de pão e vinho.
[5] Ver Êxodo 16.
[6] Ágape – Refeição fraterna que faziam os primitivos cristãos, na qual era celebrado o rito eucarístico.
[7] Salônica - Segunda maior cidade da Grécia e principal cidade da região grega da Macedônia.
[8] Antonomásia – A substituição do nome de alguém ou de alguma coisa por uma de suas características.
[9] Inaudito - Que jamais se ouviu soar ou de que nunca se escutou falar, extraordinário.
[10] Semitismo - Conjunto das características próprias dos judeus (semitas); sua civilização, sua influência.
[11] Maniqueu – Seguidor do maniqueísmo, filosofia dualística, propagada pelo persa Mani (ou Manes), no século III, que divide o mundo entre Bem, ou Deus, e Mal, ou o Diabo. Segundo o maniqueísmo, a matéria seria intrinsecamente má, e o espírito seria intrinsecamente bom.
[12] Venal - Que pode ser vendido, que é vendável.
[13] Magno - Que pela importância se sobrepõe a tudo que lhe é congênere; de grande relevância.
[14] Constituinte - Referente à constituição. No caso, à Evangelização da América com a chegada dos colonizadores do continente.